12 novembro, 2012

BLOCO DE NOTAS 12/11/2012

Instantes de momentos
com Alma.
Relembras-me as primeiras chuvas
que a cariciam as ultimas folhas outonais, resistentes .
A pauta esquecida sobre o velho piano.
A melancolia que se esconde debaixo do pó. Os vestígios que aguardam o depois ...
Somente o silêncio compreende a orbita morta dos meus olhos.
Somente ele perfura a Alma, não se esconde máxima de um corpo qualquer ...
Trago-o no meu leito. Prefiro correr o risco de o carregar, de correr o risco de o perder.
Ainda que olhe fixamente aqueles dois copos de balão, desenhando a inercia da luz que bate na vidraça.
Certamente, serei fiel à exacta memória que os envolve. Um tornado contemporâneo de momentos que permaneceram.
A onomatopeia das palavras, ajudam-me a denuncia-los. São o velcro de todos os sons, do colorido que me deixas estampado no rosto.
Entardece. E eu ainda reajo como se o dia rompe-se. Ainda me perco na fragilidade das horas que hoje, não me lembram....
Uma última vez, atravesso a linha fria do horizonte deste lado da minha janela.
Esperava que a chuva caísse.
Esperava-a calmamente! ...
Como uma folha levada pelo vento.

Ana P.

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