04 novembro, 2012

CARTAS AO VENTO 04/11/2012

Fala-me...
Dos contextos em que fugíamos de nós.
Fala-me, da prosa do nosso olhar, da poesia, de me tatuares .
Fala-me, não deixes de falar .
Haveria mil histórias, mil sonhos por desvendar.
Na conquista que se fez, mesmo antes de se mostrar.
Anda conta, não deixes de falar...
Traz-me os segredos, que murmuram no luar. O beijo solitário que nasce muito antes do acordar.
Traz-me os momentos na tua voz.
Conta-nos a história, que renasce de nós.
Dá-me a distância do teu abraço.
O conforto do desejo na plenitude relembrada.
Nossos passos nessa estrada....
Dá-me uma lágrima, que não esqueço no amanhã.
Os planos traçados em paralelo, num horizonte lilás ...
Traz-me o flute do silêncio, no inocente brinde que ficou para depois.
Escreve-me as páginas exóticas, de extravagantes distâncias que nos aproximaram.
Desnuda-me no manto da tua saudade.
Nos aveludados ciúmes, dos queixumes que calaste.
Toca-me, como se fosse uma pétala de perpétuos desejos, da inércia dos teus medos.
Dá-me o espaço.
A calçada dos enredos.
O Fogo do gelo no glaciar do medo.
Atreve-te, a falar de nós...
Do que foi, do que sobejou depois do depois .
Equaciona, quanto será um mais um! 
Não escondas a lucidez.
Não amortalhes as horas, na penumbra da tua vontade.
Fala, não temas a luz dessa saudade.
Denso, é o tempo que nos encontrou, nos labirintos de um éden enamorado.
De perfumes abstractos, colonizarão o espaço de dois rubros corações.
Não haverá floresta negra, sem pontos de luz, nem epilogo que não se possa concluir.
Resume-me nos ventos, nas fragrâncias silvestres nos prós e nos contra de cada actos...
Revoluciona, a trama do tempo nas escolhas exactas, de imperfeitos conflitos...
Dá-me o sim, de um grito que não escutei, todo o tempo que agora sei...
Fala-me, das páginas das memórias de um esquecimento qualquer...
Fala-me do ontem,
para que possa escrever antes do amanhã.
Fala-me!.
Carinhosamente,

Ana P.

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