03 outubro, 2012

CARTAS AO VENTO ... 02/10/2012


CARTAS AO VENTO ...02/10/2012

Hoje, 
não há resistência ...

Ambígua, 
a sorte que rasteja e todos os apontados defeitos que o são por defeito.

Levaria todas a incertezas e outras mais que me dessem, se estas não fossem tão incertas assim.
Não há trama que não alicerce montanhas de utopias, nem haverá utopias que não desdenhem da trama.
Concretamente falaria-vos dos  sonhos que sonhei, se não fosse ênfase de não me lembrar de todos. 
Astuta não é a memória que recorda, mas aquela que não me deixa esquecer. 
Boquiaberta aprendera a saudar a escuridão. 
Cada olhar ditava as preces dos momentos que ajustei no meio do meu peito,.. 
Um mar aberto de amores imperfeitos, que me emanam nos ventos, nos alentos de me vestir e despir como mulher. 
De sentir-me, e sentir para além da epiderme que conhecem. 
Doce, o travo dos olhos que me delineiam. 
Doce, o sorriso na fachada do meu rosto. 
Doce, as lágrimas que acentuam os sentimentos diferentes. 
Doce, a mescla da simbiose de cada virar de página que me ensina a recuperar a viver, e a ultrapassar os submersos limites. 
Prosaico é nunca sonhar, nunca ser magoada ou até dilacerada . 
Comungar com a misera vontade de nunca querer fazer  nada, é anestesiar o vácuo do coração. 
É estar viva, sem coração.... 
Eminente, é apego que me seduz para além de cada horizonte. 
De cada aroma que aprendi a descrever nos ecos das emoções. 
Colorir, é a apoteose da intensidade com que vos abraço. 
Vos levo comigo nas viagens que descrevo as páginas, que se soltam de instantes de um tempo que não espera por nós. 
Sentir-vos seres alados, em cada fragmento dos sentimentos que ondulam as marés dos meus eternos dias. 
Não haverá lágrimas perdidas, porque nelas está a represa de todos os desejos que não desperdicei .
Toda eloquência de cada caminho, de cada trilho por onde andei... 
Labirintos. 
Que protegem o Éden, dos meus gritos, do silêncio do flagelo das dores que são minhas. 
Vastos não são os mares, mas as mentes em céu aberto repletas de estrelas, de luz ...
Naufrago, não é quem se perde sem querer. 
Mas aquele que no seu pedaço de chão, ainda não aprendeu a encontrar-se.
Enigmáticos são os sentidos que nos refazem. 
Tempo, é agonia onde me sinto perder. 
Escassa a fome que não posso saciar nos ponteiros invisíveis do relógio.
Arrastados pelas cordas, já não dormem nas horas. Jazem no privilégio de mover os ponteiros num compasso que decorou os espaços do tempo. 
Agora o ritual é um habito que veste os dias que nos acompanham.

Eu, 
apenas deambulei-o no tempo que digo ser, Meu! 


Carinhosamente


Ana P.


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