16 outubro, 2012

CARTAS AO VENTO 15/10/2012

Demorava a desfolhar as palavras.
Não queria escreve-las de uma forma desarrumada.
Ansiosa esperava a organização da mente.
Um encontro nos labirintos do equilíbrio onde me posso perder.
Enamorada, coordenava o silêncio que elabora os astros dos sentimentos que me definem.
Sem argumentos, sem desculpas ainda olho para trás com vontade de agarra-los.
Ainda os pressinto no decalque do meu peito, ainda os oiço no coração...
E assim sem artifícios, escuto a melodia que toca o tempo no velho realejo...
Ainda distingo os aquedutos que me levaram para lá.
Para lá de um horizonte, para lá de um rio, para lá dos segundos de todas as horas em que respirei....
Amenamente desfolho as lembranças que se estendem nos meus olhos...
No beiral dos sonhos ante-vejo o arco-íris que me seduz. Pelas cores, pela simplicidade desenhada num céu sem esforço...
Atentamente, peço que as estrelas brilhem, que seduzam as noites que me cobrem o corpo...
Derramar, não é mais que o mistério que me ensinaste a decifrar...
Não é mais que o pólen cobiçado do desejo que não escondo.
Tertúlias que embriagam a saudade, edificam o gostar com a maior simplicidade.
Levo-te nos sonhos de asas abertas...
Xaile que procuro no conforto dos meus ombros...
Aprendi, que me dispo perante o teu olhar, soluço no tempo na espera de te encontrar.
Simplesmente, dizer-te-ia que enriqueceste os meus dias.
Que ilustraste a incompreensão da fragilidade de dias difíceis .
Aumentaste-me a capacidade de saber Amar, de Gostar e de Querer...
Indicaste-me o refúgio quando deixo de ver.
Ai! ...
Se pudesse ser a pandora cobiçada ... A estrada aberta na tua caminhada.
Ser o gume da faca afiada.
A fala mansa quando te deitas numa suposta madrugada.
Se soubesse que o amanhã era hoje... Não seria tarde demais...
Enamorava-me no sorriso dos vendavais, que me oferecem os teus olhos, Amor!
Carinhosamente,

Ana P.

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