13 outubro, 2012

CARTAS AO VENTO 13/10/2012

Fosse a Dama das Violetas.
Inspiradoras do território desconhecido que aguça os sentidos.
Não há freio, nem corrente mais forte que a liberdade da mente.
Não existe vassalagem mais triste, do que aquela que nos limita o olhar.
De olhos abertos,
não sermos capazes de enxergar.
Enigmáticas, não são as noite que perdi
mas aquelas que por mim passaram, se que desse por elas...
Poeira do tempo,
é a exactidão do relógio que não se vê.
Inebriante,
é nunca perder o encanto do silêncio dos dias, que me ensinaram a escutar...
Saberia descrever-vos o que sinto ou o que em mim mudou.
Supostamente, teria coordenado frases compostas que vos fariam chorar, antever sorrisos e até meditar.
Com elegância. Descreveria-vos as noites onde o negro se veste de escarlate com prata cintilante.
Descreveria-vos no tacto do meu olhar.
As brumas da neblina que desafiam o mistério dos meus olhos.
Lançaria o fogo nos beijos que atraiçoei e provocaria o desejo nos astros que dão cor, à eterna fragrância que ficará depois de mim...
Perfume...
Deleite...
Aromas silvestres de ventos selvagens, esmiúçam o azimute dos dias que não me canso de reviver.
Consequências elaboradas por múltiplas razões. Fragmentos do tudo e do nada que equaciona as pulsações do coração.
Expostas ou não, cabem entre o mar de minhas mãos. Deserto, estalagem das estrelas que não se vêem.
Intemporais...
Contradizem o roteiro das rugas que vão emergindo no rosto.
Estações das épocas que antecedem a incerteza dos meus dias.
Sarcasticamente, saciaria a sede na seiva da imortalidade de que sempre ouvi falar... Nunca duvidarei.
Não terei a contagem exacta dos dias, nem sei se alguém terá ... Todavia ainda se elaboram histórias que têm o final por escrever ...
Violetas...
Aveludado dos dias imperfeitos nas pétalas perfeitas.... Violetas!
Seriam por mim as eleitas. Acolhedoras de uma sensibilidade com rosto de mulher.
Delicadas. Não se exibem na grandeza de ser maior do que mas na mística beleza que desfolha a pequenez.
Expostas num tabuleiro de xadrez...
O vosso! ...
Carinhosamente,

Ana P.

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