01 julho, 2012


CARTAS AO VENTO ...
29/06/2012

Espero a ausência de um dia cansativo...
O corpo desfigura a força exterior do olhar.

Senti-me, arremessada pelo desespero de horas que julgava terem parado. 
Insistentemente, previa que o tempo não passasse. 
Sentia peso de cada segundo, de cada minuto do arrasto do silêncio entre os ponteiros.
Respirar...  Apenas o argumento que não fala, mas que não posso descuidar. 
De olhos abertos atraiçoo a tristeza...  num piscar de olhos, inundo as fragrâncias que não me deixam tombar.
Consinto que a liberdade do sorriso, seja a represa do meu olhar. Salvaguardando as distâncias que não sei justificar. 
Não me perco na liberdade do que oiço contar. 
Perco-me no amor sem medo de amar... No astuto desejo que me ensina mais que o escutar ...
Em que um fim, será sempre a porta de um começo qualquer ...
Aqui! ... 
Basta-me o silêncio de singulares plurais ... 
Tónico de palavras, que me abraçam em ecos descodificados. Valorizam os significados de dias extensos.
Expoentes máximos de janelas invisíveis, onde rasgo o céu e pinto o mar em tons de terra que me pedem para ficar... 
Junto deles... de mim ... junto dos extractos que suavizam as revoltas de guerras interiores de eixos desalinhados por curvas que já foram rectas.
Saberia delatar o gesto que não me cala. Prenunciar cada sentido de olhos fechados ... Sentir-me a menor, a maior decepção de tudo o que tive e não tive, passo ante passo ...uns pés no chão ... Sentir-me a mais forte a mais fraca razão, de todas as escolhas que fiz com o coração.
Extensos são os dias... que moro com a solidão. 
De costas viradas e os olhos nas palmas da mão... 
Sentir-me uma tábua do chão, ou de um caixão.
Aqui! ...
Não sei florear as sombras das cores... são sombras! ... 
Assim como uma mão, que pode ser a mais quente, a mais fria ...
Aqui! ...
Existe, uma alma presa numa suposta rebeldia, que  desfia. 
Conquista a ardósia onde aprendo a escrever....
....
Temo esquece-la. Na cobardia de dias inglórios, onde a mente agitada regurgita a dor de memórias incubadoras. 
Desgastam o giz da vida, que se aponta de ser a  minha... 
Na inocência de olhares que não são meus em dias desfeitos... 
Na tristeza que se quedou no meu olhar.
Aqui! ...

Onde tudo termina, para poder recomeçar ...

Ana P. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.