22 julho, 2012


CARTAS AO VENTO 21/07/2012 

 Dias de METAMORFOSE  .... 

Há dias, que é necessário extravasar.
De qualquer forma ou feitio, transbordar, deitar  da alma para fora o repelente que a lateja.
Para que em cada confronto, a nossa razão se equilibre em todos os factos que nos deixam nus... 

Com alma vazia...
Amenamente converso com as palavras. 
Não as procuro, elas vêem até mim. 
São como morfina, para as minhas dores, e para os manifestos das revoltas interiores, 
que me dilaceram no abismo interminável, onde flutua meu corpo. ...
ESCREVO ... escrevo...esc...re..v..o.
Agrada-me este deleite, como se fosse uma dedicatória que faço a mim mesma. 
Palavras que me levam para lá das tempestades, de todos os cataclismos que profundamente alteram a bonança dos meus olhos, e a paz do coração. ... 
Fora de mim, a inquietude impele a sobriedade de um chão, que me foge dos pés.  
A heresia da ira, fragmenta o império dos sentidos, desorienta o oriente do poente da luz que me dá vida. 
Restrito, fica o avesso de dias incolores, errando o controle desejado, em mim. 
Suspeita, serão as palavras... 
Mais que escudos, são a fortaleza inabalável, que não abdica de mim.
Resistem à erosão, das horas vivas, das horas mortas a toda sapiência que ainda não alcancei.
Mendigo nas palavras... 
Procuro o pão enigmático, de ser de dizer contextos inebriados, de precisos momentos que irromperam por mim ...
Subtilmente a alma encontra o corpo, e corpo revê a alma ... 
E na trama, libertam os sorrisos, no principio de tudo, que julgavam ser o fim.
Soltam-se as gargalhadas ... 
Em hemisférios diferentes, somos ponteiros cardeais ... 
A escrita de ideais, a chama de comuns mortais ... 
Palavras, palavras de todos os ais...
Folhas secretas....
Pergaminhos em templos guardados...
Sete chaves do cadeado ... 
Equador do pecado...
A charrua do arado, que ara o tempo que nunca foi ceifado. 
Leitura de vendavais. 
Promessas de um passado nas equações de um futuro, desalinhado  ...
Palavras ...
Pedaços de barro...
APRENDIZ!  ...
Liturgia num almofariz...
Consequências, de se estar Viva,  no oposto de estar Morta ...
Morta?!! ...
Morta, de cansaço ...
Morta de raiva...
Morta por chegar a casa ...
Morta por dizer ...
Morta por fazer ...
Morta por te ver?!! mas como?!! ... Se não me vejo a mim ?!!

Palavras que não se esquecem dos ecos, que lhes falam de mim quando julgo estar, Morta! ...

Verdade! ... Há dias assim, de metamorfoses .

Carinhosamente 


Ana P.

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