15 julho, 2012


CARTAS AO VENTO 14/07/2012 

Pensava em mim, em ti ...
E piedosamente anexava-te à respiração. 
Como se fosses  oxigénio... 

Ainda que a quisesse suster, necessitava dela para viver e reviver cada instante que sem tempo, o tempo me concede.
No conforto do espaço que não me repele, inauguro o silêncio de fragmentos que o tempo me cedeu. 
Um leque de sentimentos que qualifica o perfume, que emanam os meus olhos.
Levo-te comigo!..
Não por caprichos coloridos em dias isentos de luz, mas porque a tua sombra é a luz que me guia na escuridão.
Dar-te-ia o céu, se este fosse a sabedoria de uma doutrina que pintamos de azul, sobe um obcecado inferno sedutor que atiça o fogo de pecados silenciados na tez de um laranja avermelhado, no horizonte de um corpo que é meu. 
Aqui e agora! Defino-te como a palestra que nunca ouviste. 
Onde as essências são as metáforas das palavras de que me falam dos abraços, em cada gesto que os teus olhos não sabem aniquilar.
E a resistência das lágrimas é a conquista de momentos felizes, nos instantes plenos de nós. 
Turbilhão de horas simples, que inerentes não nos deixam ficar indiferentes.
Até o esquecer, é aliança discreta que não chegamos a comprar. 
São enclaves com que o tempo nos ensina a mudar. 
Territórios distantes sem limites para amar. Estrelas arquivadas flashes por disparar .... 
Contigo! ... 
Encontro a Alma solitária... 
Navego nas palavras que rebentam nas marés. 
Sou, pedaço de terra num mundo avesso em meus pés... 
Sou, a tertúlia de uma embriaguez...
O deserto de um cato, a minha lucidez ...
E tu?!! ...
És a palavra muda, que soletra o ruído... 
És tudo, tudo... O meu Anjo sem asas... A janela sem vidro... 
O inverso, o oposto ...
O degustar do fruto proibido... 
O melhor dos sussurros, que se dizem ao ouvido...
És o pouco de tudo, de um gesto proibido.... 
O soluço de uma lágrima, num mosteiro esquecido...
És a ânfora de néctar, num éden além mar ...

Que mais te poderia chamar?!!! ... 

Segredo dos meus segredos, na encosta onde me encontro com o mar ...

Estas são  palavras, que me ensinaste a decifrar nas páginas de um livro, que não sei se vou terminar. 
São telas equestres, na luz do rosto que entoas sem nunca cantar .
Em melodias que se ouvem sem nunca se escutar  ...
Desabafos nas palavras.... 
Sementeiras do meu Amar ...
Vento calado, que não se cansa de te embalar ...

As palavras vão no vento, e eu fico no teu olhar ...

Âncora do meu amor, no teu imenso mar ...

Contigo! ...

Sinto-me inteira de mim ...


Carinhosamente 


Ana P.


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