08 julho, 2012


CARTAS AO VENTO 08/07/2012 ...

Desfiguram-se metáforas.
não sei se me perco cume da montanha, 
ou no alpendre dos meus olhos....

Calmamente, disponho deste vicio de olhar o relógio. ... 
Não sei mas hoje, não quero saber dos pequenos clichés que nascem nos dias, e atormentam as horas com a falta de tempo.
Como se tivesse poder de o controlar. ...  Já algum tempo que não contemplava a liberdade de ser e de fazer ... 
Sentia-me livre do cansaço de uma rotina, a rebentar pelas costuras ...  
Aqui! 
O primor reinava nas simples coisas, com adjectivos claros ao meu alcance. 
Sinto-me feliz!... 
Um ser arrumado. Espectadora do dia que se digna ser meu. 
Usufruir das excepções que solenemente abdicam de mim. 
Sentir-me rainha sem croa, num reino com bússola... 
Onde o pedestal de luz, é o sorriso que estampei no rosto. E os olhos são o farol que me guiam na escuridão, na ausência de todos os sons que me chamam. 
Hoje, apresentei-me aos aromas do café da manhã. Abri a janela e tacteei a aragem fresca que se prolongou na manhã. Senti o fresco calor dos raios de um sol melindrado. Aconcheguei o pequeno manjerico no parapeito da janela, aproximando-o do calor orvalhado do sol .... Não procurei as horas, não necessitava desse uso excessivo, pouco ou nada significava, hoje... Carregava o sorriso esculpido no rosto, e as palavras aglomeravam-se na estância da sombra do solar de minhas mãos. O perfume escapava-se entre os dedos, um esconde, esconde atiçava os secretos beijos, que fulminavam na minha boca. 
Esperaria por aqui a eternidade. 
Degustava a bonança da revolta de dias escuros. 
Por interesse a distância são os afectos, que nunca se procuram, acontecem.... 
E o silêncio é todo espaço que não procurei, estava repleto de pedaços meus...
De aromas que acordaram os sentidos, em que gestos não substituem as palavras, nem o som das gargalhadas... Intensos ...
Pactos que não me lembro de ter assinado, as melhores histórias da fome de pecados que não neguei.... 
Simbiose da imperfeição, que acolheram dias perfeitos.  São tramas de filigrana tecidas com paixão, nacos de vida, fermento do meu pão ...  
Hoje, acolhi a simplicidade de um dia simples, no esplendor de um olhar atento.
Fui a vela estendida, a porta aberta ao sabor dos ventos ...
Fui a fragrância que levas-te no teu beijo... Desejo....
Sou a comporta da saudade, no regaço do rio da liberdade que nos une... Ansiedade.
Aqui! Prevalece a linha do mistério invisível, de todos os enigmas que se agrupam em alquimias atentas...
Magica. Ponto de encontro do mar nas falésias da maresia, que confortam os abraços de cada maré que corrompe os dias ....
E a felicidade é bouquet de flores, que não necessito comprar. São os estratos dos sonhos que não se cansam de voltar ...

Caprichos de uma mulher, no intensivo verbo amar....

Eu Amo, cada dia que me pertence!
E basta-me, um dia de cada vez .

A felicidade é apenas um ponto. 
E eu sou a esfera de uma linha que já foi recta, no encontro de cada ponto.
METÁFORAS ... DE DENTRO PARA FORA, DE MIM! 


Carinhosamente 


Ana P.

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