16 julho, 2012


CARTAS AO VENTO 16/07/ 2012 ...

Falo-vos de mim.
Acredito, que o maior sossego esteja na margem do rio que nasceu e morrerá quando eu, fechar os olhos. 
E deixar-te-ei de ouvir, meu Amor!. ...

Amor! ...
Que me descreve nas palavras.
E encontra-me nos becos, nas avenidas de estranhas formas com vida. 
Onde diferentes somos todos iguais.
Amor! ...
Em que me asilo e me  perco, para depois me encontrar. 
Não resisto, não desisto e ainda teimo. 
Não sufoco as horas no mostrador de um relógio, que nem se lembra de mim. 
Aos poucos meu Amor, quebram-se as pétalas das flores, que se acolhem no bafejo do vento que passa.
Nas promessas que nunca fiz, em juras que por mim passaram.
Conta-me as histórias dos palácios que construí, em ardósias escuras caídas com giz ... 
Dá-lhes, pedaços de mim. 
Conta-lhes o que nunca lhes falei. 
Faz de mim a rainha, num reino sem rei ... 
Fala-lhes da brevidade dos instantes, que nunca lhes contei ... 
Do inferno da terra, ao inferno do céu...
Dos anjos sem asas, das princesas sem véu ... 

Conta-lhes, Amor ...
 
Diz-lhes a verdade das lágrimas com que pintei o sorrir. 
Fala-lhes do Amor, do nada de hoje que sei. 
De todos os sonhos que não sonhei, outros que não me lembro, mas agora sei ...
Que sou ampulheta de um tempo, que não calculei .
Sou o mastro da vela, de uma eternidade...
Sou a sombra, de todas as saudades.
Sou a cobardia das maiores verdades ...

SOU...
AMOR!  ...

Falo do Amor dos meus olhos, do silêncio que me fala, das lágrimas que se cruzam com  dores. 
Falo da escassez de um simples gesto... falo-vos da falta de  ...
Do tudo e do nada que sempre tive. 
De alguém, que já tive e que perdi ... Falo-vos de mim ... 
Porque ...
Depois de mim. ... 
Páginas. ...
Páginas que emergem das valas por onde um dia correram águas. 
Num leito desarmado, onde se avistaram batalhas e onde todas as guerras perderam seus medos.
Falo-vos de MiM! ...

Carinhosamente


Ana P.

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