06 janeiro, 2013

BLOCO NOTAS 06/01/13

Porque o passado argumenta o presente... Neste sossego oportuno, edifico instantes.

Planeio desfolhar o álbum que me faz relembrar.
Reler as páginas que cada momento me ensinou a escrever.

Não sobejam palavras.
Nelas os sentimentos são a força que lhes dá vida. São o arco do triunfo de cada dor, de cada lágrima processada nos meus olhos. Construo as enigmáticas ligações, que muitas vezes esmorecem no olhar mas vivem no coração. Faço laços na escrita, com a mais simples devoção. Faço-o de coração aberto, na utopia de um tempo indeterminado, que me devora as horas e apressa os segundos dos dias que não me limito a sonhar. Inano-me neles, nasço no apêndice das horas que perseguem o tempo. Sobressaio-me nos caprichos que não deixo para depois. Eternizo atos nos clichés que predominam o azul celeste do céu, que pinto com a cor terra-mar que cortejam os meus olhos. Na alma, as asas que não me nasceram no corpo. No olhar, o infinito horizonte os aromas que me encontram. No peito, as garras de um pulsar liberto. Não me atrevo a viver só de sonhos, acredito que a esperança é como o choro, quando nasce uma criança. ... Não quero deixar de viver, no parapeito dos dias que já passaram. Quero acariciá-los como aguarela de uma paisagem exposta. Quando a equestre lucidez me faltar, quero encontra-la na lucidez desta tela que os dias me ensinaram a pintar. Sentir e pressentir o glamour das jornadas, os desafios e os retratos de horas imaculadas. Decalcar os socalcos dos encontros, onde me desencontrei, jazer por momentos, e por momentos não me esquecer, de mim... de ti... de todos os que me ajudam a ser assim. Poesia simplesmente! ... O lugar de uma fugaz, prosa. A pétala caída do botão da rosa. A carta, o vento o relógio onde se lê o tempo.
Quero ser a ânfora de um inesquecível perfume.

Ana P.

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