14 janeiro, 2013

BLOCO DE NOTAS 14/01/2013

Quando as perdas, são o Amor transformado.

Eu perdi...

E ao perder, senti-me perdida.
Senti, que perdera um pouco de mim...
Hoje o tempo bloqueou a estrada. Apontou-me a direção de um atalho. Mais um beco, onde habitam as lições com que se talham a vida.
Por momentos não sei se jazi, ou se dei conta que estava viva. ... Olhei em volta, e nesse instante a normalidade tomava um ritmo acelerado,,,
Como se no meio da multidão, encontrasse o deserto. Reduzida a um simples grão de areia. Não dei por caminhar no meio de mortais. Nem sequer reparei se me olhavam, se lhes dei tempo, para as básicas perguntas....No meio do mundo, apedrejava a solidão das lágrimas que caíam no chão. Não via. Estava cega de olhos abertos. Com o andar enganava a dor, que me rasgava o peito. Nas teclas do telemóvel, procurava o passaporte de encurtar a viagem, para chegar o mais depressa a casa. Pensava: Estranha forma de vida, só morre quem faz falta .... Aqui, sentia predominar a raiva que nunca se esclarece na dor. Não, não era isso que deveria pensar. Teria que agir, teria que superar a perda. Não, perdi! Ganhei! Ganhei,respeito pelo que não podemos alterar, respeito na forma de amar de me expressar. Hoje, aprendi mais uma lição. ... Em casa, estava programada de ir ao encontro da minha filha, Matilde. Queria tanto abraça-la, olha-la nos olhos. ... Tinha algo para lhe contar. Nada que uma menina de oito anos, gostasse de saber. No entanto era urgente a verdade, não havia uma segunda versão, nem podia retorcer as lágrimas que afogavam os meus olhos. Ela, olhou-me. Por momentos fintou-me... Mãe! Estiveste a chorar?!! ... Sim, estive .... Fez-se silêncio. Falamos em casa, amor. Ela sabia, que algo não estava bem. E o seu silêncio até casa, gritou mais alto que o som de sua voz.... Em casa; Mãe! Podes contar-me o que se passa?!!! Eu, fiquei surpreendida, não podia abreviar mais. .. Puxei-a para mim... Olhei-a.... Mais rápidas que eu, surgiram as lágrimas.... O que foi?!!... Remeteu ela. .... Sabes querida, a avó Nanda, faleceu. ...
Ela abraçou-me! .... E disse-me, com a sua voz meiga e doce; - Não, chores, mãe!...
Nesta fracção do tempo em que se inverteram os papeis. Onde a lógica, deixa de ter lógica. Supostamente, deveria ser eu a dizer-lhe, querida não chores...
Aconcheguei-me no conforto dos seus pequenos braços, e apercebi-me que as perdas são a forma mais simples de transformar o Amor!...
O Meu!
O Dela...
E o Vosso!

Ana P.

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