24 novembro, 2011

XAILE DE PALAVRAS ...

O
xaile que te ofereço
não é de seda,
nem de linho cru ...
É
tecido com palavras
linhas soltas,
do fio de tudo,
o que penso que sou ...
Meu ponto de luz...
A
renda do xaile
é tudo o que me seduz ...
Bordado com carinho ...
Em
Ponto de cruz,
e folhas de azevinho ...
Encosta-o,
nos teus ombros
para que te possa cheirar ...
Solto,
nele os cabelos.
Maresia, do meu mar ...
Ai,
encosta serena onde te posso encontrar ...
Poisa nele tuas mãos...
Deixa, que as possa beijar.
Aperta-o,
junto ao peito ...
Aquele abraço, que não ficou por se dar ...
Milícias com tempo
Sem relógio para controlar
O xaile vai no vento ...
Solto no devorar ...
Ai, do trevo
fiz minha sorte
Na sorte de te encontrar
Deixo ao tempo o xaile
para que nunca me deixes ficar ...
No
cimo dos teus ombros
quero sentir a brisa do ar.
Ser
a voz do passarinho,
nas asas do teu olhar.
Quero ser o xaile
para que não me deixes ficar .
Na encosta do silêncio,
na encosta do luar.
Nos desejos da lua
Onde te posso observar .
Ser a ponta do xaile
que não queres soltar ...

Ana P.

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