23 novembro, 2011

PERDI-ME

Perdi-me,
para lá do deserto
que transgride o horizonte ...
Desafiei o acre ardor
de um sol negro ...
Esculpi o teu corpo
no rio de lava ...
Guardei teu retrato
na moldura azul de um glaciar.
Tatuei tua cruz de fogo
no meu peito...
Em sisal, fiz o nó de escota
que se erguem as velas...
Em rumo
ao vento, sussurrei ...
Recitei a Inane loucura
no gume do precipício ...
Rezei, com fé...
Fiz de ti,
o meu vício,
a promessa quebrada,
a pedra atirada,
na vidraça estilhaçada ...
Perdi-me de mim ...
Achei-me em ti
Desfolhei todas as folhas
caducas, que escrevi ao vento.
Revelei-te todas as chagas,
e
pranto de cores...
Sem tese, doutrina ou desamor.
Amores...
Aventuras
que me levaram,
outras que me deixaram ...
Intensas conquistaram,
batalhas ...
Como triunfo...
Vitórias!
No leito pétalas
Aveludados odores
Sossegam a Rebeldia,
da cor terra dos olhos,
de
cada segredo na expressão do rosto.
Traços ...
No chão, tábuas rasas
onde
escondi teu nome...
Decretei aos ecos do silêncio,
que
falassem ...
Perdida,
nunca estive sóbria! ...
Tão perto ...
De mim ...
De ti ...

Ana P.

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