Não sei quantas frases
ousei escrever
Não sei ao certo quantos
perfumes, exalei ...
Não sei se me encontro
ou se me deixei perder ...
Aqui! Sou a voz da alma
que não podes escutar ...
O sangue da mente em
lágrimas sangrentas ...
A palavra rouca,
mais violenta ...
O estridente grito
lavrado no sorriso ...
O cravo,
o ferro
a locomoção ...
Ranger de portas
desenhados no chão ...
Sou bicho, papão ...
A loucura,
uma alucinação ...
Sou
o medo da mentira
a sombra da verdade ...
A noite mais escura
que bebe na claridade ...
Sou
a fome,
a gula ...
Banquete Angelical,
pequeno pecado
temperado com sal ...
Mar ...
Sou o bem,
o mal ...
Moeda com duas faces ...
Guilhotina da razão
minha ...
vossa ...
nossa ...
outros, de mais além ...
Neste
trapézio sem rede
de paisagens lapidadas
Sou o tudo
de quem sempre disse ter nada ...
Sou
o tempo com horas de
liturgias floreadas,
Sou
o vazio repleto
que quem fala,
sem nunca ter dito nada ....
ANA P.
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