04 setembro, 2012

CARTAS AO VENTO 04/09/2012

Ainda que meus olhos permaneçam no teu olhar,
já há muito que não me deixas ficar.
Pior que as mentiras que dizem,
são as que procuro e reinvento para desculpar as ausências de determinados momentos.
Falam-me das distâncias, que se isolaram.
Da proximidade dos abraços que ficaram para depois...
Falam-me das horas que amordacei.
Falam do outro lado do amor, em que seria urgente uma flor, um sorriso.
Falam-me de tudo, um pouco do nada que agora sei.
Importante não foram os presentes que esperava, pois estes arrumados raramente relembro.
Importantes foram aqueles que não foram esperados.
São como rosas num bouquet guardado.
Significantes as palavras que me ensinaste a explorar, de contextos diferentes na percepção de mentes com plenos opostos.
Aqui libero-te, dos ais, do peso de cada frase que se tornou insignificante.
(In)significantes mas a transbordar de êxtases que se definem como sentimentos...."Um rio pode ser uma lágrima, e uma lágrima um mar desconhecido".
O vazio, deixa de ser oco. Confunde-se com a luz que absorve a escuridão.
Momentos de reflexão, que conectam o corpo e alma.
Perdida!
Quantas vezes me reencontro?!...
A luz que vejo ao fundo, são das pequenas coisas que me fizeram sentir.
Que me devolveram, o porquês de todas as lágrimas, as conquistas dos sorrisos e a força da esperança que vive na cor terra dos meus olhos.
Incandescente o brilho dos meus olhos, que gravitam no som com que meus filhos prenunciam a palavra, Mãe!...
Mãe, antes do agora e a seguir ao depois ...
Sempre, Mãe!
Eterno não é o silêncio que se deixa de ouvir.
Eternas serão as palavras, que ficarão lavradas nos abraços que vos poderei dar.
Em cada beijo que tatuo no vosso corpo, em todas as palavras que me ensinaram a descrever...
Onde existir não é o mesmo que viver.
Há que existir, para que possamos sentir.
Que viver é a chave dos cadeados, com que tantas vezes nos fechamos....

Carinhosamente,

Ana P.

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