13 setembro, 2012

CARTAS AO VENTO 12/09/2012

Fora de horas
Não existe o limite que obstruí os sonhos.
Fora de horas, encontro planos dos desencontros despercebidos....
Quedei-me na esperança de perder-me fora de horas.
Nela encontraria as respostas, às perguntas que se calaram.
Herdavam a altivez de um absurdo silêncio.
Vestidas a rigor, desnudam as íntimas fracções que não sobram no compasso dos segundos.
Horas de horas que sacodem os dias, refazem-se nos sonhos e em velhas alquimias.
Esqueci-me, da habitual avareza de controlar o tempo. .. deixei fugir aquele sorriso sarcástico, que por vezes me delineia os olhos.
Pensei... ( Como se fosse possível, controla-lo. Ora, ora...)
Pensar controla-lo, era ser especifica demais.
Era resumir o leque de infinitas emoções.
Esquartejar a alma no átrio do império caído.
Prender a cortina, dos sentimentos que me definem.
Fora de horas, não existe agonia matemática, de somar, subtrair, multiplicar ou dividir.
Fora...
Para lá de... ou depois de ...
Ponto de encontro da liberdade que alimenta.
Sepulcro da alma enigmática que se acolhe no meu corpo.
Lá, encontro a paz.
Doca hermética, dos sonhos submersos.
Resma de páginas brancas, que não sucumbe no tempo.
Pergaminhos, dos dias feitos ou desfeitos de emoções.
Que alvoroçam os escribas que trago no peito.
Fora de horas...
Não há lei que suborne olhar....
Nem olhar que grite mais alto, que não se possa ouvir ...
E de boca fechada, falarei mais que mil e uma, aberta.
De fora para dentro e de dentro para fora.
Há correcção dos dias que percorrem as madrugadas.
E madrugadas que se ocultam nos dias. Anfitriãs de noites que não quero esquecer...
Cataclismos, de outras que pensava morrer...
Fora de mim... ainda vive o apego da saudade.
A melodia do sorriso que podeis ouvir.
Na liturgia de textos que nos levam a fechar os olhos, e a ver... de dentro para fora e de fora para dentro!
Inalo, texturas das cores com escrevo.
Umas minhas.
Outras surgiram da odisseia que calafetam janelas e as portas dos afectos.
Horas...
Onde as pedras, são flores dos trilhos que nos levam para lá dos jardins desejados.
Areias, comportas dos ventos.
Sussurros,
momentos,
fugazes instantes ...
Um passo á frente e dois para trás, cliché! ...
Aquedutos que desafiam o gelo.
Laminam as águas que baloiçam nos olhos.
Tempo, tempo...
Tempo ...
Quantas vezes fora, me perdi por dentro?! ....

Carinhosamente,

Ana P.

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