07 setembro, 2012

CARTAS AO VENTO 07/09/2012

Aqui! ...
Estarei à espera das mais longínquas palavras.
Despirei as vestes e usarei a plenitude de ser a anfitriã de sentimentos.
Que se diluem, neste mar cravejado de lágrimas.
Procuro nos horizontes para lá de cada olhar.
De cada silêncio no glamour de uma Alma não isenta à dor.
Escreveria sobre os tons cinzas, aos avermelhados.
Das sombras que procuro e das sombras que me procuram.
Modéstia seria não reconhecer que não me sobejará tempo que me aproxime da perfeição.
E entre o aglomerado de palavras, o mais próximo será a imperfeição.
O crepúsculo do perfeito juízo, ajuizado de percepções que cada oposto atrai.
Eterna, é a tocha em que o tempo nos faz presenciar ... a distância....
Viver, é o fuso de um burocrático relógio que sem horas é estrangulado pelo o cansaço do corpo, pela fadiga da Alma, que esmorece nas memórias que já não sabe encontrar. Passageira clandestina, é a fome que encontro em tudo que foi despojado de mim.
Muito para além de cada ano enigmático.
Como se encoberta por um casulo, aguardo o voo da liberdade que me disseram ter. Percalços..
Avalio, o estandarte da minha escrita. Não procuro marcar guerras, nem os dramas que não podeis ver.
Apenas, batalhas que me ensinam.
Onde o colorido pode ser o fel de um éden, e o negro a força de todos mistérios. ...
Hoje pausadamente, percorri dias em que me senti-a morrer.
Outros em que já morta, queria viver....
Intenso, não é o tempo que sobeja. Mas todo aquele que sem querermos nos escasseia.
Aquele que nos foge entre as mãos.
Que é maior que nós.
Nos engole num ápice. ...
Cobardia, é fingir que não demos por ele...
Que não olhamos para trás, sempre que o sentimos escassear.
E inglória, é a grandiosidade que nem se assemelha à sua pequenez...
Deixarei que este meu espaço seja a ponta de um raio de sol, e as minhas palavras sejam o meu alpendre... o vosso!.
De todos que se deixaram afagar pelos abraços que aqui vos deixo, mas que nunca vos poderei dar...
Distante...
Sempre me sentirei próxima de mim, de vós ...

Carinhosamente,

Ana P.

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