23 fevereiro, 2012

LÉS A LÉS ...

LÉS A LÉS ....


Na boca
recolho marés
Procuro
o Profeta Azul ...
Guardião de Pergaminhos
De
Faces secas, quebradas ...
Mar
de lágrimas salgadas

Areias movediças....

Palavras
que nunca falaram ...
Mistificaram
Poeiras ...
Mesclaram a
Terra cota alaranjada,
Cor de fogo
Abençoada ...
Profecias sem voz
Linha recta , círculo de cruz
Baloiço de sisal ...
Interrogações de um velho cristal
Pedestal solitário
Algemas de lucidez
Áureas isentas de luz ...
Avalanches bolorentas
Penas negras
Aves agoirentas
Jazem em neve dourada ...
Claustrofobia acelerada
Miragem
sem deserto
Sem espaço além do nada ...
Poço
de invertido fundo
Esfinges
brancas abandonadas
Palestras
elaboradas
Mães e Filhos do nunca ...
Sementes
imaginárias
Trajectos projectados
Em
Névoas que caiem da madrugada ...

de um
Corpo
que sempre foi a estrada ...

Lés
a lés em cada maré ...

Ana P.


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