16 março, 2012

CARTAS AO VENTO 16/03/2012

CARTAS AO VENTO 16/03/2012 ...

Poderei,
escrever-te no silêncio de palavras que nunca ousarás ouvir.
Dissecar todos os sentimentos...
Mesmo não querendo partir.
Esclarecer, toda a química de uma só lágrima...
Um espolio concebido nas verdades que não disse.

E ...
Se o amanhã fosse um não, acordar?! ...

Todas as palavras que não foram ditas, seriam o bouquet desfeito nas amarras do meu peito.
Coordeno a razão dos sentimentos, com a voz de um coração emanado de exóticos perfumes...
Sensato de um gentil equilíbrio, que resiste à leiga dor...
Indolor! ...
Não é o que, não se sente. É, o que nos resta das dores maiores.
Ainda que desejasse, olhar-te nos olhos, arrastar-te continuamente no sorriso dos meus lábios.
Acato, com serenidade a tua ausência, e voo na liberdade das asas que me deste.
Procuro-te:
No dissipar do cansaço, de alguns dos meus dias ...
Na proeza, do tom meigo da tua voz...
No abraço, forte que fica ... (já nem me sinto só) ...
No brilhar dos olhos que não consegues disfarçar. ... ( finjo, não reparar).
Quando o tempo me derruba, voo para ti.
Faço de ti, a vitória na conquista do meu mar...
O azul da glória, que não nos priva de sonhar.
E,
sou a andorinha que parte, que acaba por voltar.
...
Encontrando-nos nas estações, que o tempo nos quer levar...
Ainda mitigamos, para que nos deixe sussurrar.
No murmúrio dos lábios...
A louca vontade de querer-te, Amar!...
AMAR! AMAR! ...
Desejo de páginas soltas, acabadas de se rasgar...
Delírio dos meus ventos, o aroma saqueado no ventre do meu leito ...
Parapeito...
Alpendre de céu aberto ...
Ardósia de giz incolor... rascunho fiel, das cartas que não chegarei a escrever-te.
Desabafo dos sonos que não me deixaste dormir, sequência eloquente de um rebelde coração...
Livre, sem rédeas ...
Insano de sonhos quase perfeitos, de asas abertas planam na inquietude deste corpo de mulher.
Pudesse, repelir todas as sombras imperfeitas.
Do medo, construiria janelas de arcadas celestiais.
Onde o meu olhar se perdesse, nos olhos do céu que te persegue...
Lilás desenhado, que sobrepõem as cinzentas sombras, do presente imperfeito e de um passado que pensávamos, perfeito! ...
Por todas as palavras, que não tive tempo de transcrever, mas que escutei vezes sem fim ...
Palavras, palavras ...
Planeiam não deixar-te partir! ...
De mim ...
De ti ...
Do Tempo que escondemos, que julgávamos ser apenas, NOSSO! ...
Cordão Umbilical de todas as palavras, que ainda não te disse .. mas que não se perderam, em mim! ...

Carinhosamente

Ana P.

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