16 junho, 2013

CARTAS AO VENTO 16/06/2013

Quantas vezes te falei no murmurar dos meus olhos?!
Na voz do silêncio que ficava para depois.

Olhávamos para a ermida do horizonte que nos enfeitiçava, que nos presenteava com os afagos da brisa que nos lambia a face.
Certamente haveria o azul deste céu, a distância mais curta que sempre nos abraçou. Havia contextos personalizados que estilhaçavam o lote das razões que se poderiam fomentar. A conta gotas houve sempre as lágrimas de uma chuva acida que nos desnudou. Uma prece inacabada como um final de uma certa história que não terminou. ... Pausadamente fecho a boca para que o olhar te grite mais alto que o som da minha voz. Necessitas de todas as regras e de todas a excepções que se fizeram para as quebrar. Não és mais que uma regra... Nem o podes ser. Em que as excepções são as opções que tomaste sem regras. ... Trago-te no novelo dos sonhos, exponho-te nas páginas brancas do livro que ainda não escrevi. Sei de ti, mais do que alguma vez saberei de mim. E mesmo assim acredito na adversidade da vida, acredito no retorno de esfera que já foi a linha mais recta que dignamos traçar, esquecendo os ajustes de um tempo que se prevê infinito. ... Fecham-se-me os olhos! Neles a inesgotável procura do teu olhar. E todas as palavras que se juntaram num refrão único, em toda a intransigência do simples verbo Amar... Passa o tempo, fecham-se os anos, renascem os dias nos dias. Sem temer a lembrança soletra cada frase, cada palavra que me deixas-te aprender.
E no tempo o compasso, o regaço do abraço de tudo o que ficou por dizer...

Carinhosamente

Ana P.

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