04 junho, 2013

Bloco de notas 04/06/2013

Tatuo o fogo, nas palavras que murmuras ao ouvido..

Por mim existem palavras que se lavram no fogo.
Existem no perfume que desflora o incenso. Nas brisas que sinto e em todas que não passam por mim. Em cada cortejo que pintam as estações num naco que o tempo nos oferece. Dominam em algures as vestes nuas da alma. Predominam no silêncio que explora os sonhos e as utopias que decerto já ouvimos falar. Uma incerteza do corretamente correto. Uma simbiose nunca calculada. Em que jamais nos deixaríamos queimar num fogo que não se vê. Neste perfeito momento, reclamo as cinzas dos momentos que me deixei queimar sem ver. Reclamo o giz de uma ardósia em que nunca se escreveu. A mais alta chama de um fogo adormecido. Procuro por mim, quando me murmuras no ouvido. Ópio dos desejos que foram concebidos quando lavravas meu corpo, como um fruto proibido. ...
Onde tatuadas ainda existem, as palavras!

Ana P.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.