23 março, 2013

CARTAS AO VENTO 23/03/2013

Quando o passado é o antidoto que se procura sempre no presente.
E as memórias indagam as suas incoerências.

Irresistivelmente, denuncio no presente memórias do passado.

Não procuro a falta que faz. Observo a diferença que marca no presente. Há instantes que dominam as horas, que se dissolvem nos dias . Dias, em que me dissolvo e dias em me dissipo no mural do passado que ainda não esqueci. Necessariamente fazem parte da essência do que sou, do que sinto. Elaborados não são os contextos em que os revejo. Elaborados, são os dias em que sacio a gula do presente na fome do passado... Esplêndida liberdade, que não necessito gritar! Que aperto no peito e adorno no olhar. Onde me levas?!! e me fazes voltar. Diria que muitas vezes que adormeço nas manhãs e acordo nas noites que julgava adormecer. Poderia fechar os olhos neste momento, sentir o cheiro dos trilhos por onde andei, saberia descrever as cores os aromas que filtrei com o olhar. Que conquistaram o espaço aberto do coração que bate no peito. Onde morro e renasço quando a saudade embala a dor, da falta de... De mim, de ti , de todos que adormecem e acordam comigo. Não encontro adereços que descrevam a beleza do tempo que já me conquistou. Não encontro o desencontro de um talvez. Inanimadas não são as memórias que relembro, mas aquelas que não me lembram da existência do momentos de um certo tempo, que por mim já passou.

Carinhosamente

Ana P.

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