03 março, 2013

BLOCO DE NOTAS 03/03/2013

Desenhasse o céu em contorno dos olhos.
Que supostamente nada, teria o sabor das cores que nunca me atrevi a pintar.
Aqui! ...
Algures no anonimato do meu canto. Revejo águas e as comportas dos seus perfumes.
Amaino a reverência que acolho na inquietude de um corpo de mulher.
Apreço a longevidade de momentos que escarpam os socalcos da montanha que sustêm a vida. Onde a brisa me surpreende inúmeras vezes.
Aqui!
Não a trapalho o silêncio.
Não são necessárias legendas para que o possa entender... Cada timbre um virar de página, uma narração semi-perfeita.
O ponto de encontro onde só, já me encontrei e perdi, tantas vezes. Nas palavras o esquadrão que me resgata por dentro e por fora. A visibilidade de mil olhos, que não conhecem os meus. Provocante os murmúrios das águas que sussurram nas margens do meu rio. Que desafiam a astúcia de me encontrar fora de horas, fora de mim.... Sem rodeios relembro a sensatez do sorriso dos meus olhos. Relembro frágeis momentos que anteciparam os dias no recobro de um infinito qualquer. Sei de mim. De outros nada sei, apenas alguma teoria que se vai decantando no azimute do tempo... É aqui, que o perto se faz longe, e o longe é o caminho mais curto que conheço. Não vos falo de outros, somente de mim. Do quanto as marés remexem a vida... Não tenho horas marcadas, nem sei se elas existem. Se é mais um argumento numa opção qualquer, que prevê um obstáculo. Aqui, não me quero apartar. Quero a iminência do abraço, a palavra carinhosa o desejo silencioso... Sentir-me plenamente viva! ...

Ana P.

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