26 maio, 2013

CARTAS AO VENTO 26/05/13

Vértice.
Ponto onde me encontro, contigo.
Olhares que culminam ...
....

és o murmurio das analogias das razões que meus olhos incitam.

Dos momentos que se transformam no ópio do incenso que escrevo com minhas mãos. É a poeira que liberta a alma, a lama que a molda.... Contra ao tempo soletro as palavras que são cúmplices da densidade dos desejos que flamejam. Dos tornados invisíveis, das chuvas silenciosas. São o caule, as pétalas o perfume do beijo que minha boca calou. O segredo de um gesto que nunca falou. E mesmo presa no último abraço que não demos, encurto a distância que sempre nos separou. Ainda sinto a meiguice nos meus olhos, quando te revejo no olhar. O cintilar das lágrimas, não enganam! Corroboram o significado de uma existência, rosa-dos-ventos dos meus ventos. Ainda tropeço na doce nostalgia do pensamento. Onde as memórias são as asas da saudade racional que se reparte por mim. O lugarejo onde se acomodam as estações dentro do meu peito, uma clareia sem fim, sem azimute sem horas. Extensa como qualquer abraço que ficou, que não se deu... Posso sentir-te presente, embora representes o passado. E o passado é um fosforo que se queima no presente, as cinzas de todos os predicados que argumentam os meus olhares de ontem, de hoje.
Do passado, do presente... Contra-tempos das minhas vontades!
Incenso do ópio que me delata.

Carinhosamente

Ana P.

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