18 maio, 2013

BLOCO DE NOTAS 17/05/2013

Divagar sobre o tempo.
Falar-vos do ruído que surpreende o silêncio.
O meu e o vosso...

As horas desafiam os dias.
Os dias prescrevem as horas na vontade de não jazer na saudade.
Sozinha!
Não dou tréguas ao silêncio... Não me leio nele, porque é ele que sempre me lê.
É ele que me encontra, quando me perco. Quando de pé me sinto de rastos...
Somente o abraço, somente este abraço que me enlaça. Justifica as noite que fingi dormir, e os dias que acordada, adormeci. ...
No planalto de um olhar, antevi a simples falta que me fazes sentir.
Descrevo-me nas legendas que te esqueceste de apagar.
E vivo, nos dias para as poder lembrar. Recordar-me no postigo da memória. Sobe o alpendre, onde o narrar é o amor que nos dá, retira e devolve...
Suspeito que o silêncio é a ânfora dos néctares que se embriaga na vida. Como eu, me embriago no amor que sinto, que senti, que de alguma forma se transforma em mim. Transcrevo-me na delicadeza do passado, que subtilmente sobrevive em cada presente das estações que os anos sucedem a um indeterminado tempo. Não lhe chamo eternidade, porque seria subjugar o limite do tempo, do qual nada sei. Prefiro chamar-lhe indeterminado. Como um qualquer produto inacabado. E inacabado é o jejum das palavras que fazem sentir, que aproximam e afastam as razões de uma vã opção. Poderia perder-me numa hora, e esta hora ser p produto inacabado que se soltou num desejo. Que se uniu num beijo, corroeu a vontade mais afastada desse abraço, de um hipotético sorriso rasgado na face. Poderia pressentir talvez essa eternidade, se os minutos não contassem as horas e as horas os dias.... e os dias o produto inacabado da eternidade. Parece confuso mas é verdade...
Somente a verdade... nada mais!

Ana P.

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