08 maio, 2013

BLOCO DE NOTAS 08/05/2013

Para além de mim...

Há muito mais do que se possa imaginar.
Corre-me nas veias as palavras que ficaram e todas as outras que foram ditas. Imagina-las é muito mais que correr o risco. É descrever-me por dentro e por fora. ...
Por dentro, a analogia é muito mas que escrever, é sentir!
Ser construída e transformada por elas.
Por dentro, coabita a razão de tudo o que sou, o que fui e o que virei a ser.
Tivesse o exato colorido, onde o negro é a face mais alva de um fragmento das estrelas.
E a luz que encandeia, é a escuridão que nunca sonhaste. É o peso que se carrega quando não se ignora a alma. Há dias que me fecho, (in)-mim. Dias que o delito mais grave é não ser perfeita. Mas perfeita, não serei! Não procuro perfeição. Procuro o equilíbrio entre o meu Ser, e a Razão... É aqui, isenta dos ruídos que me oiço. Que as amenas conversas são as brisas que devolvem e levam muito mais de mim do que possas imaginar. Cliché! Não é apenas uma suposta lágrima, mas a tal trama que a saudade tece em desafios contraditórios, em partidas que não se enunciaram, em palavras mal ditas ou nas malditas palavras.... Desejo encontrar-me com a paz dos lânguidos olhares, clarificar-me nas tonalidades de um soberbo arco-íris, pintado só para mim... Onde as abobadas são o brilho do sorriso que carrego nos lábios. Rendidos ao fascínio da lágrima mais tímida, e asfixiados pelo o abraço que avança no tempo. ... Oásis, do deserto que arde. Artimanha da ilusão que me chama... Esperança!...
Por fora a nuance de uma tela inacabada. Um corpo de mulher que se despe e veste nas palavras que ouviu, de uma certa forma as sentiu . As partilhou nos dias avessos e em dias quase perfeitos. Ironia pode ser um sintoma do pecado. E este não mora só ao lado!...
Por fora, posso ser a parte de ti ou então aquela que fugiu de mim ...
Posso ser o vento, um melodrama de um espaço vazio, a boca da foz que abocanha o rio. Posso ser a prosa, o vendaval, a liturgia grega num pedestal.
Ilha solitária, o manto de uma mortalha. A beleza selvagem, que se supõem imoral...
Posso ser ou deixar de ser. Existir ou não existir ...
Sou a enclave do que possam ver ... A fonteira entre o que sou, e o que possam imaginar...

Sou!
Muito mais...

Ana P.

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