24 maio, 2013

Bloco de notas 24/05/13

Depois...

A saudade ajuda-me a descrever os dias como se fossem um apêndice dos momentos que resgatados da vida...
A saudade sobre a qual tanto se escreve e descreve. Podemos apagar o fogo, mas não sabemos o que fazer com o fumo. Não o podemos esconder, nem o podemos fazer desaparecer. Certamente que o tempo aniquilará uma qualquer fogueira. Assim como este será portador das lágrimas que não me viram derramar. Todavia existira a fumaça que se equilibra no fumo dos meus olhos. No espaço aberto repleto de imperfeitas harmonias, de sorrisos de boca fechada e de beijos decepados pelo esquadrante que nos traça as horas.
Inverso de todas as formas que julguei perfeitas, onde sem querer omiti o ruído deste silêncio que falava de mim para mim. E para mim falava-me de ti! De um simples prepósito que denuncia as inigualáveis fragilidades de cada ser. Emotiva as razões, que deixei para te dizer... depois!...
Depois, já não estavas. Já não poderias escutar . Depois...
Valorizei as palavras que me ensinaste a escrever. Fragmentos que não se deterioraram. Que acederam a fogueira que tenho no peito, que queimam o incenso que alimenta a alma. Reforçam os abraços que ficaram por dar, os afetos do antes que solidificaram o depois... Soubesses a mais exata falta e o excesso do nada, poderias ver de olhos fechados e sentir mesmo afastado pela distância.
Depois...
Depois parte de mim, partiu contigo.
Igualou o desejo nas prosas que me ajudas a escrever. Onde as perda, é essência que não me derrota, mas que elege a diferença que encontro nos dias. Nos dias que não escolhi, mas em que fui escolhida... Vales-me tu, eles e elas, cada desencontro que me ensinou a encontrar. Cada juízo de mim que não deixei ajuizar.
Depois!
Certamente é, SAUDADE!
Depois, sempre depois...

Ana P.

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