29 dezembro, 2012

CARTAS AO VENTO 29/12/12

Um dia de cada vez.

Nem sempre de olhos bem abertos, alcançamos o que vimos com eles fechados.

Houve dias, que foram pequenos demais para albergar as palavras. Acolher todas as sequências, consequências dos afetos que se denominam de sentimentos.
Houve dias, que ceguei, ensurdeci e alguns que esqueci. Outros, que já mais esquecerei. Poderia-vos descrever um céu, ás portas de um inferno qualquer. Rever toda a importância de instantes que desvendei. ... outros que não conto a ninguém. Não é apenas um rascunho, nem se quer é mais uma carta. É somente um momento, aquele momento do dia que eu hoje sei. Observei equinócios, que guardam memórias. Cataventos de asas invisíveis, memoriais da muralha que escondo no coração. Diamantes. Cada lágrima que delicadamente beijou meu rosto. Extractos de essências no horizonte dos dias, que se definiram em mim. Mordomias de quem sente, de quem se veste à flor da pele...
Um ano que passa!
Ou melhor mais um ano.
Grata, acolho os instantes.Os segundos das horas que me pertenceram. Todos os passos para a frente e outros que me fizeram recuar.
Posso ter errado. E errar, é o que nos faz humanos.
Nesta folha de papel, mais uma réstia das páginas dos meus dias. Mais uma fragrância no colo, nos abraços dos braços que me acolheram . Obrigada(o) pelas partilhas, pelos beijos das distâncias que nos unem. Pelo o "Amor", que me doaram. E quando as ausências, se fizeram sentir, obrigada pelas palavras, por todo o conforto nos dias que me senti desfalecer. Dias em que o desgelo, enfeitiçou meu rosto e atormentou a alma. Valeram-me os sorrisos, a importância de simples gestos que dignificam a luz do brilho dos meus olhos, fizeram jus à verdade das lágrimas que derramei. Hospedaram o silêncio que gritei. E amordaçaram a infelicidade. Para que em cada oportunidade soubesse crescer, degustar cada batalha na guerra dos dias acinzentados. Onde pudesse alcançar o arco-íris, no anil que reveste meus olhos cor de terra. E na terra pudesse, colocar meus pés bem assentes. Tactear o quente e o frio, cada relevo da pele que decalca, o meu olhar. Aqui! Posso ver-me no espelho. Dizer, o quanto o tempo é atrevido. Dizer que cresci, que o revejo quando olho para mim.... Em cada traço, um laço. Em cada laço um traço que não se esqueceu de mim. E eu, não me esqueci de vós!
Não esqueço as notas soltas que me ajudaram a unir. Não, esqueço!... Porque fazem parte de mim. Quem sabe do que falo, não necessita de textos elaborados nem de palavras difíceis, não carece de uma nota em rodapé.
Apenas, sabe simplesmente!...
Se os dias se sucedem nas horas, os meses nos anos etc, etc.
Os que se aproximam serão mais um virar de páginas, na sequência de um dia de cada vez!
Obrigada(o).
Desejo, que todos abracem os dias do fim deste ano que se aproxima. De braços abertos, para acolher os dias de outro ano que se aproxima.

Bem-hajam!

Carinhosamente

Ana P.

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