16 dezembro, 2012

CARTAS AO VENTO 16/12/2012

Sentir, faz toda a diferença.
Sentir, perlonga-me nos dias nas horas e no tempo.
Sentir é o pulsar do coração.
Pulsar....
És tu, a luz que espelha sobre o meu mar. Pulsar, é muito maior que o silêncio. Que a âncora, que não se levanta.
Pulsar, é libertar o sentir. É não estares e sentir-te partir. É rir. Transgredir, são frases simples que não nos deixam dormir.
Trago-te na arca dos sonhos, entre as páginas que te escrevo e preso noutras que te escreverei. Relembro o mar, a areia fina onde nos costumávamos deitar.
O vento, as neblinas que me ensinaste a rasgar. O abrigo clandestino entre o sol e o mar. Serenamente adormeceste em mim as estações. Em lados opostos nunca estivemos tão perto. Perto de tudo que deixamos passar e longe do tudo que sempre tivemos. Equacionei os momentos, interroguei-me nas preguntas que deixamos por fazer, e observei cada instante que subjugou as brisas que nos levaram para outros lugares. Necessitava de um laço da eternidade, onde pudesse prender um balão azul. E no sempre, ficar a esperança que nos dá, mas também pode tirar. Gostaria que meus olhos encontrassem os teus. Pudessem partilhar o anil que se solta. Emergir nas lágrimas que nunca vimos. Sermos os sedimentos imperfeitos de um tempo que nos deixou. Não escrevo na dor do que foi, mas no amor, que sem sabermos sempre nos uniu. Escrevo nos dias que emanam os retorno dos ventos que nos levaram. No ajuste das lembranças que aperta o laço das saudades. Saudades que contemplam a falta que sempre senti. Que fortalecem as horas que deixei de ver, e outras que não queria sentir... Relembro, o aroma que se veste de avesso. As essências que fragmentaram a verdade dos instantes que sempre ficaram. Moram em mim. Abraçam-me nos dias que me sinto só. E secam-me as lágrimas que nunca sentiste... Pausadamente, existe o confronto dos dias que nada se fez, nada se disse e secretamente nada, nada morreu. Ironia ou não, a vida é uma esfera de linhas que já foram rectas. De pontos de encontros onde não se procura o azimute ... Apenas se olha para os ponteiros do relógio.... E nos deixamos calcinar nas cinzas que um dia seremos. Pó!... Simplesmente, pó! Nada mais.

Ana P.

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