10 dezembro, 2012

BLOCO DE NOTAS 10/12/2012

Entendi
ou melhor vou entendendo...
Numa de pose, dedicava-me às palavras que anteviam os dias e proclamavam a minucia das horas, onde me perco a contemplar.
Sentia uma erosão, não um desgaste mas como uma explosão de sentimentos, que à deriva procuram um porto seguro. Alinhava ideias, argumentos e sensações que me falam de emoções, das epopeias de pessoas comuns. Atordoada esmiúço os significado das cores, o ajuste das lembranças que me vêem buscar. Não sei, mas este aperto no peito... É como sentir a agonia de muitos laços desfeitos. Fragmentar cada pedaço da minha história, e de muitas que não serei eu a contar. No olhar sobre as ruas da minha cidade( Coimbra), deixei que o coração narrasse o brilho das luzes, das cores de outros Natais que se perlongavam no murmurinho de gentes, que se encantavam e se perdiam no brilho de uma cidade com vida. ... Presentemente, a cidade está entristecida, não existem luzes e as cores vivas, do vermelho, do verde, ficaram submersas de tons negros e cinzentos. Como o rosto das pessoas. No ar deixou de pairar os murmurinhos, a música, o afago das luzes já não aquecem corações. E os meus olhos se fecham, para ver o que já não existe. Entendo o carregado silêncio, e luto que veste o meu rio.( Rio Mondego). Entendo a força das sombras que calafetam as cores vivas, ensurdecedor são os gritos dos rostos. Embora calados, abrem os olhos nas lágrimas que não secaram num passado. 
Hoje, não há lágrimas... 
Amanhã, o passado pode não ser relembrado. Sim, entendi! ...

Ana P.

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