16 agosto, 2012

CARTAS AO VENTO 16/08/2012

De fugida, agarro-me na ponta do olhar que me pertence.
Aconchego o enigma, das secretas lágrimas que baloiçam nos meus olhos.
Aqui.
Magnetizo a sombra da saudade que fecha, os elos que me prendem a ti.
Em meu espaço camuflado, floresce o desejo numa ausência temporária.
Por mais que não queira, abuso do uso do relógio.
Teimo querer apressar-lo...
Pensei arranca-lo do pulso, esconde-lo na gaveta.
Seria um desafio.
Mais uma etapa, que não iria cumprir.
A fragilidade da ansiedade, seria o esperado intruso...
Diagnóstico que já antevia.
Pausadamente, agarro-me novamente à ponta que me pertence.
Trago-te para junto de mim, como se fosses uma marioneta.
Enternecida, relembro os afectos, cada silêncio que agita as palavras que descrevem a melodia dos sentimentos.
Levemente, fecho os olhos.... adormeço o olhar.
Distante, aproximo-me de ti.
Beijo, cada poro do teu rosto.
Abraço.
Abraço-te com tanta força, que jurava escutar a tua respiração na minha boca...
O meu corpo estremece entre as tuas distantes, mãos.
Ousadia!
Não seria sentir! ... mas repelir o desejo de querer-te .
Não há espaço que sobeje, não há vontade maior, senão a tua existência.
Nas fracções que o tempo nos cede, esquecemos de olhar o marcar do tempo no relógio.
Não haverá batalhas que não se percam e guerras que não sejam relembradas.
Perco-me nos sentidos.
No amarrotar de cada página preenchida, no abusar das essências que se desdobram em cada folha.
Extensas delongam, a demora da tua breve chegada...
Ansiosamente, ler-te-ei nas entrelinhas da luz do luar.
No brilho de cada estrela que se esconde no céu. Longe das vistas e próximas do coração.
Ver-te-ei na escuridão, como a luz da razão.
Palavras!...
Seriam a vastidão de um mar, (A)mar de um deserto oculto, sonegado a olhar intrometidos.
Protegido por nós. ..
Existente, porque ainda acreditamos no amor.
Sabemos que não somos perfeitos e que as imperfeições são condutoras das curvas que nos aproximam.
E cada ponta que puxo, para mim...
Recalca a proximidade da breve distância, desbloqueia a saudade de sentir a tua falta...
Supera o melodrama do usar o relógio, de olhar-te nas horas em que não te vejo ... Amor! ...
Carinhosamente,

Ana P.

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