05 janeiro, 2014

FATAL...

Lá no vento dançavas.
Escondido das sombras
Lembras-te
de momentos,
Do cair simples, da chuva...
Da lucidez
de um pacato beijo roubado.
Outros que não foram dados.
E de muitos que dados,
nunca te foram tirados...
Ainda
permaneces no Perfume
do Passado,
na Fragrância do Presente,
emanas o Aroma que te trilha o Futuro...
Lembras-te?!
Porque difícil seria esqueceres
o que gravas de olhos cerrados,
no coração.
No mural de uma Alma
isenta de escravatura...
Pecados?!!
Toda a luz que encandeias, no sorriso.
No zombar do brilho dos teus olhos...

Quando perto dos Meus,
encontras os Teus ....


Ana P.



31 dezembro, 2013

CARTAS AO VENTO 31/12/2013

Para quem de perto me conhece, e de longe me quer bem.

O corpo não queria escrever, não queria alinhar na azafama de desejos e dedicações alinhavadas e alinhadas à época de mais um final de ano.
Não queria ser o figurino de frases que não seriam minhas.
Levou-me o tempo, para lá das saudades, para lá de todas as portas que se fecharam ao parapeito de muitas janelas que abri.
Tenho saudades! ... De mim. Tuas ...
De todos os momentos que não esquartejei na incerteza de diferentes razões. Saudades que remeto no silêncio dos meus olhos, para as poder ver outras vez. Vezes sem fim...
Fins onde recomeço e começos que suavizaram o fim.
Tenho no peito o juízo mais que perfeito do que perdi.
A bussola de um passado que me guia no presente.
Tenho amores verdadeiros e outros ausentes.
Lugarejos de páginas brancas, repletas de cinzas que não pudeis ver, que não podeis tocar ou até mesmo limpar.
Soltou-se a Alma à mercê dos sentidos, que sofrega navega no mastro do olhar... Soltaram-se os sorrisos nos nacos de fome, atenuam as frágeis dores de elaborados tons que padeceram do brilho da alva luz.
Rasgou-se o silêncio que nos desventra o ventre, como côdeas de beijos que não pudemos dar.
Impares, são os dias que se seguiram depois da queda do pano de palco, num espetáculo que se dizia de nosso...
Margens acamam-se no leito do rio, que nos habita. Onde nascemos e renascemos, como barro em lama.
Dias que nos levaram sem mordomias, sem forças, sem cansaço que fizeram e desfizeram os leitos...
Sem margens o tempo não pára, para escutar as melodias.
Não compõem! ...
Decompõem.
A perfeição de horas que se julgaram exatas, no romantismo e nas quimeras. Subjugando-as na balbúrdia que arremessa as lágrimas que aconchegamos nos olhos.
O tempo não nos diz as palavras certas. Não nos dias as horas nem mesmo o final do fim... O tempo nos devora por dentro por fora. Não apressa, mas aparte-se.
Enfim, nos deixa a saudade!...
Porque sabe que ele não têm principio, nem fim....

Carinhosamente

Ana P.

27 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 27/12/2013

AMAR...

Por vezes diz-me tudo o que necessito,

ou nada me diz que não saiba.
Amar, é o melhor pretexto para ficar, partir ou simplesmente existir.
Amar será sempre o muito do pouco que sempre teremos.
Será sempre a fronteira entre o antes e o depois.
Será o motim de momentos, o olhar para trás, o seguir em frente...
Amar, é deixar-mo-nos conquistar.
Amar ensina-nos o principio de um começo ou um principio de um fim.
Amar, não é cativeiro.
É cativar!
Cativar, por dentro por fora. Sem moderação...
Amar, é deixar sem querer.
Amar, é uma grande lição, não se aprende na escola e não se joga no chão.

AMAR, é a maior das vitórias que segue as derrotas ....

É essência da Alma.
Não é o preconceito absurdo que nos limita ...
Amar, é o eco que se solta no silêncio, muito além do vosso ouvido é o gracejo que apenei-a o vocábulo dos sorrisos. O paradigma do ser. Candeia de luz que flagra a mais vasta escuridão. Amar sempre foi o motivo das todas razões que transformaram, o pior e o melhor das opções, das regras que seguimos e de muitas que quebraremos .
AMAR! Não é Condicional é Incondicional....
O revesso de uma moeda de duas faces...

AMAR, é eternidade que nos ajusta num tempo sem horas para ficar...

Ana P.

25 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 25/12/2013

As palavras vão chegando de mansinho.

Aconchegam-se no colo dos afetos nos abraços eternos que não quebram elos. Tenho o silêncio repleto de momentos. Nos olhos as lágrimas vacilam.. No peito o laços de amor que ajustam o nó. Sei o quando de mim dei, o quanto de mim perdi e melhor que isso sei o quando de mim se transformou. Acamo-me no leito onde fiquei sozinha. Onde me ajuizei e me julguei enumeras vezes. É lá, que me procuro. Lá, onde só me vi. Onde me escondi de mim de ti, de todos. Lá, onde o vazio me estendeu a mão, onde revi o perfume que foi ficando de mim...
Há dias que não são dias, parecem asilos que nos segregam os anos.
Dias, em que olhando para trás vejo melhor, do que quando olho em frente.
Há dias, em que o esboço do sorriso é a lápide de um certo passado.
Dias marginais, que nos ferem, nos retiram a asas, a liberdade de sermos nós.
E cada dia, nos remete num contexto de anexos que não se escoam de nós.
Nos transformam. Nos adjetivam sobe um alpendre de um estranho qualquer. Pudesse rever cada sinônimo que não pude sussurrar, que não pude mitigar.
Agonizar a melancólica agonia que tantas vezes quebrou a voz que me gritava no olhar. Saberia reinventar cores em padrões únicos, que taparam a manta que carrego nos braços. Aprendiz não é o tempo, sou Eu!... Somos, Nós! ...
Não necessito de me ver ao espelho, se meus olhos me dão a mais certa das razões e o meu olhar não incrimina os horizontes que não podeis ver.
Atormenta-me o fracasso das vozes que não se cansam de falar e nada dizem.... Atormenta-me que se aponte, e que não se indique uma saída....
Essência, é o que fica depois, depois de cada olhar, de cada gesto depois de cada palavra que nos era desconhecida....
Iguaria, não é o que se têm na mesa para comer, mas o que aprendemos a saborear.
E sem querer o Tempo, é a maior das iguarias ...
Há que aprender a saboreá-lo... Ele nos dá, nos tira! Nos leva, e nos trás...
Nos transforma.
Nele a mais valia de dias que nunca serão iguais...
Desabafos, nada mais...

Ana P.

17 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 17/12/2013

O tempo não me devolve, mas mata as saudades que sinto do que fui.
Ajuda -me a contemplar as ausências, as lascas que de mim já levaram.

É no berço dos meus olhos que adormeço as lágrimas irrequietas. Que anoiteço os dias e amanheço todas as noites. É ele que me estende os braços, me beija fora de horas. De mim tudo sabe e tudo me ensina. Dá-me as asas que nunca tive, e o sossego do olhar. Dá-me a vontade e a fome, os sorrisos e o chorar. Dá-me todas as razões de Amar depois de Amar....

Deixai-me escrever ao tempo, as palavras que me ensinou.
Muitas vezes foram ditas outras o ventou as levou.
O tempo não padece, nem pode padecer.
Quando isso acontece sinto-me desfalecer.
O tempo é a maior regalia que se pode perder.
Não há dinheiro nem destreza que o possa reverter.

A minha indeterminada, lição! .... Tempo!

Ana P.