25 setembro, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Olá, meu querido amigo.

Inerte ao tempo que me devora, sinto-me conquistada por momentos tão sóbrios como as lágrimas que vertem meus olhos.
Hoje, apetece-me desaguar em teus pés.
Apetece-me banhar alma, nas correntes que me empurram em trajectórias diferentes, mas que não calam nem sorvem a essência da escrita que pernoita na mente, com razão de gostar muito de ti....
No caudal deste rio, desaguei na represa de teus pés.
Senti o arrepio de tocar -te na pele, de tactear-te ...
Fascinante!...
O glamour de palavras que encontro para descrever-te...
Dicionário de cores que te ilumina, que quebra o gelo, as regras e ultrapassa fronteiras.
Delineio-te na sombra que esconde a lua, luar ...
O místico silêncio enclausura fracções de momentos, que sem norte poderiam ter sido diferentes ...
Poderiam ter pintado o céu, descido nas estrelas ou ter-me beijado com os raios de sol ...
Nas ausências, a notoriedade da falta que me fizeste...
Na falta, o silêncio que não calou o meu gostar ...
No gostar, a tristeza de não te ter encontrado ...
Fraqueza simplesmente de nada ter feito, de nada ter dito ...
Inerte deixei-me ficar nas águas estagnadas do rio ...
Desconhecedora da sapiência da leitura das correntes, dos fundos traiçoeiros por onde passam as águas...
Deixei-me atona do tempo que sendo infinito, não têm tempo para mim ...
Hoje foi assim ...
O impulso ...
Deu-me vida, agitou e regurgitou pedaços de mim ...
nadei,nadei, nadei ...
Mexi os braços, desafoguei a mente numa locomoção que me levou para ti....
Senti a pressa,
o cansaço, destoei os tons do arco-íris, mas consegui!...
Consegui, alcançar-te! ...
Mesmo que não me sintas a teus pés...
Que não me olhes, em cada passo que dás ...
E no brilho da água não vejas, o brilhar do meus olhos...
Não me importo!...
Porque, estarei sempre próxima de ti...

SAUDADE! ...
Um rio a teus pés, liberdade.
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Carinhosamente

ANA P.

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